quarta-feira, 10 de julho de 2013

O mercado perdeu

Na noite de hoje a Câmara dos Deputados derrubou os principais pontos do substitutivo do Senado. Este texto diminuía os recursos anteriormente aprovados pela Câmara.

A Câmara manteve dois dispositivos essenciais para o futuro do país:

1º. Manteve 50% dos recursos do pré-sal e não apenas dos dividendos que o governo, mercado e maioria do Senado queriam;

2º. Garantia de que o retorno pago pelas empresas na área do pré-sal sejam no mínimo de 60% do arrecadado.

A votação deixou claro que as últimas manifestações de rua deixaram o governo fragilizado. O PT cumpriu um papelão, advogando os interesses do mercado. O PMDB só estava interessado em agradar futuros financiadores privados de campanha. E o PCdoB ficou em cima do muro até o último minuto e no final decidiu ficar com a UNE e contra o governo.

A oposição conservadora aproveitou pra tirar uma lasquinha do governo. Faz parte.

Estão de parabéns:

1.       O PSOL e o PDT que batalharam desde o início por melhorar o Projeto dos royalties;

2.       O senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) que foi o único senador a manter-se coerente na terça-feira passada; e

3.       A sociedade civil que se mobilizou para reverter o retrocesso acontecido no Senado.

Se a votação ocorrida não é a salvação da lavoura educacional todos nós sabemos. Mas, somente em um quadro de forte mobilização social foi possível ver o Congresso Nacional aprovar uma nova fonte permanente de recursos para a educação.

Amanhã é dia de refazer as contas, ver o quanto ficou de recursos para a educação e cerrar fileiras na luta para que os ecos das mobilizações sejam ouvidos no Senado e o texto do Plano Nacional da Educação seja aperfeiçoado, rejeitando as mudanças aprovadas pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, principalmente, sejam garantidos 10% do PIB para a educação pública.

A votação de hoje mostrou que nem sempre o mercado sai vencedor.

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