quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Resultados finais do censo 2009

Nesta semana foram divulgados pelo INEP os resultados finais do Censo da Educação Básica de 2009.

Os dados mostram uma pequena queda nas matrículas da educação básica (1,2%), comparados com os dados de 2008.

Em relação à educação infantil foi identificado um aumento de 0,6%, sendo 8,3% de crescimento nas matrículas de creche e uma queda de 2% nas matrículas de pré-escola.

O ensino fundamental manteve sua curva descendente dos últimos anos e continuou caindo, agora registrou 1,2% de queda.

Ao contrário do que era esperado a matricula de ensino médio não desenvolveu uma curva ascendente e mantém uma estagnação preocupante. De 2008 para 2009 foi registrada uma queda de 0,3%.

A exposição disponibilizada pelo INEP também apresenta dados sobre os equipamentos existentes nas unidades educacionais e trás gratas surpresas. Destaco algumas:

1. Aumentou de 14,6% para 46,9% o número de unidades de educação infantil que possuem banheiros adaptados para esta etapa de ensino. Este número passou de 17,7% para 31,5% na pré-escola;

2. Foi registrado um incremento significativo de acesso a internet banda larga nas escolas brasileiras. Nas creches este percentual pulou de 31,5% para 43%, na pré-escola pulou de 31% para 40,7% e no Ensino Médio o salto foi muito bom, passando de 56,5% para 75,4%;

Por fim, manteve-se a tendência de crescimento das matrículas de educação especial inclusiva em contraposição as matrículas em turmas separadas. Em 2003 eram 145.141 em turmas regulares e 358.898 em salas especiais. Chegamos em 2009 com uma tendência invertida, tendo sido registradas 387.031 em salas regulares e 252.687 em turmas especiais.

Este indicador é muito positivo, pois havia um temor que a inserção das matrículas conveniadas na remuneração do Fundeb provocasse um arrefecimento desta saudável tendência.

Um comentário:

Anônimo disse...

João Monlevade de volta. Realmente, não caiu ainda a ficha do "Fundeb inclusivo" na cabeça dos gestores educacionais, principalmente dos prefeitos e secretários de educação. Temos mais de 10 milhões de crianças fora de creches e os recursos do Fundeb estão aí disponíveis, independentemente de receita própria do Município. Por que não há um aumento de 10, 20% nas matrículas ? Pergunto ao Luiz e de antemão não concordo com uma resposta dada por alguns de que os "recursos são insuficientes". Talvez sejam para uma creche de primeiro mundo,numa cidade grande". Mas R$ 2.000 anuais no interior de qualquer Estado dão para oferecer um bom serviço educativo. Mais ainda R$ 1.600 por creche em período parcial, algo grotesco mas que a Junta do Fundeb legitimou. E a EJA, que não deslancha ? Mais de 40 milhões de brasileiros não concluíram o ensino fundamental ! E as matrículas mal passam os 4 milhões. Em Municípios que visitei, provei aos prefeitos que os recursos do Fundeb para EJA (0.8) são suficientes não somente para oferecê-la como para "desviar" parte deles (no bom sentido) para o custeio das creches. Mas a ficha continua não caindo. Não seria mesmo por causa da fratura social e do empedernimento de nossas elites que recusam a educação para a maioria das classes populares ?