domingo, 10 de maio de 2009

Polêmica sobre formato de atenção da educação infantil

Recebi ricos comentários acerca da postagem que criticava a bolsa-creche de vereador petista de São Paulo.

Agradeço a professora Gladys Barreyro (EACH/USP) que denunciou a contabilização como verbas públicas os gastos de projeto complementar em Guarulhos.

A professora Theresa Adrião (UNESP), incansável pesquisadora da área do financiamento educacional, lembrou-nos de que estamos diante de um formato privatista de oferta da educação infantil. Fiquei especialmente preocupado com a extensão deste tipo de proposta para cidades importantes do interior paulista. A educadora considera lastimável que tais propostas sejam defendidas por titulares de mandatos considerados progressistas.

O professor e meu amigo João Monlevade também contribuiu com o debate. Em texto polêmico afirma que “políticas públicas para atenção à primeira infância (educação, cuidado e o que mais seja necessário) não se reduzem a um único modelo, como o das creches públicas”.

Para Monlevade “o vereador paulista não está fazendo nada mais que ampliar o esquema imoral de "subsídio creche" inaugurado por Itamar,vigente no Executivo, Legislativo e Judiciário, pelo qual filhos e filhas de funcionárias(os) públicos(as), de até seis anos, recebem "auxílios" de até R$ 600,00 mensais para pagar babás ou escolas privadas”. E afirmou ter tido acesso a pesquisa realizada na gestão de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo que “revelou que as mães preferiam as comunitárias às públicas, por várias razões, entre as quais a proximidade de casa, a relação dos educadores com as mães, a ausência de greves e outras”. Defendeu que a atenção em estruturas comunitárias não deva ser considerada “um dilema, mas uma alternativa, desde que a política de ambas seja pública e a gestão de ambas seja democrática, inclusive na escolha do formato, num processo participativo de elaboração do Plano Municipal de Educação, por exemplo”.

Vou tentar durante esta semana me aprofundar sobre os pontos levantados pelos três professores. É um assunto que merece toda a atenção dos pesquisadores, educadores, pais e gestores educacionais.

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